sábado, outubro 13, 2007

Mais uma das maravilhas da globalização

Por motivos que em grande parte se prendem com a alta de preços nos mercados internacionais, a factura de bens alimentares de primeira necessidade será mais pesada para os portugueses, tornando ainda mais difícil a vida dos agregados familiares com menos rendimentos.

Até Janeiro de 2008, o pão subirá cerca de 30%, disse ao Expresso Carlos Alberto Santos, presidente da Associação de Comércio e Indústria de Panificação, Pastelaria e Afins. Um acréscimo gradual, não drástico. Aquela previsão assenta no pressuposto de haver estabilidade nos mercados internacionais. Recorde-se que desde o início do ano o pão já aumentou 20% no preço de venda ao público.

Mas o pão não esgota o "stock" de aumentos. Outros bens - como leite e derivados, ovos, azeite ou carne de vaca - registarão subidas significativas. Nenhuma entidade contactada arrisca uma previsão, mas fontes da indústria agro-alimentar apontam para acréscimos entre os 5% e os 10%.

A escalada de preços das matérias-primas deve-se a factores externos (alterações climáticas, procura de biocombustíveis, aumento do consumo na China e na Índia). O aumento médio dos custos nos mercados internacionais dão a dimensão do fenómeno: cereais, 30% a 50% no último ano; milho e arroz, 50% em ano e meio; óleos vegetais, 25% em idêntico período.

Estas subidas apenas se repercutiram parcialmente no valor a pagar pelo consumidor. Mas o resto será uma questão de tempo.

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