segunda-feira, julho 30, 2007

Praia Natal


Hoje deu-me um cheirinho a Natal e não foi por ter andando a fazer downloads ilegais de temas natalícios sem direitos de autor.
No prédio o mesmo do costume, até estive para sugerir umas obras de remodelação, com o intuito de tirar umas paredes e alargar o condomínio, pois a maior parte dos moradores vive mais tempo nas escadas do que em casa. A vizinha do segundo que vem à porta quando alguém sobe ou desce as escadas e depois inventa uma desculpa esfarrapada. Mas não foi isso que me fez lembrar do Natal, isso só me faz relembrar deste mundo em que as pessoas não têm espaço para viver, de jardins reduzidos, de espaços de passagem, onde somos empurrados, uns a seguir aos outros porque atrás vem sempre alguém e existe sempre uma fila com alguém à frente. Neste mundo os meus vizinhos têm de andar a conversar de pé nas escadas porque não há espaço nem tempo, para se sentarem na soleira da porta a passar "o bocadinho bem bom".

Pois então, como que raio é que fui lembrar-me do Natal num dia de 40 graus a meio do Verão? A resposta é óbvia. No sitio do costume. Que espaço é mais emblemático do Natal do que um supermercado?

A verdade é que fui lembrar-me do Natal porque já não haviam alfaces no supermercado, coisa estranha num dia normal porque até estava bem guarnecido de todos os outros tipos de vegetais, menos da dita couve. Ora só no Natal é que semelhante coisa acontece, e os estabelecimentos comerciais não conseguem dar resposta à procura dos produtos da época. Felizmente consegui encontrar outra alface na frutaria da dona Deolinda, a última, e para a qual a dona Deolinda, a julgar pela sua cara, já parecia ter planos.

Desta vez ganhei eu, mas ao que parece ainda há muito verão, e da próxima vez pode ser que não tenha tanta sorte.

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