sexta-feira, outubro 05, 2007

Não há correio

Hoje passei pelo site do Correio da Manhã e dei lá de caras com uma noticia de um rapaz que foi assassinado em Barcarena por quatro «jovens» quando se preparavam para assaltar um automóvel. Como a noticia tinha o intuito apenas de promover a venda do jornal em papel e havia mais texto nos comentários do que no artigo do jornal decidi participar, focando a questão que mais me tinha chamado a atenção, precisamente o facto do artigo se referir aos criminosos como jovens, apesar da vitima ser um jovem.

O comentário nada tinha de insultuoso, nem tão pouco nenhumas referencias xenófobas ou racistas, pelo menos implicitamente, já que do intuído sou suspeito para falar. Pretendia apenas referir que começa a tornar-se cómica toda esta sobre utilização do vocábulo "jovem" para definir os autores de crimes, maioritariamente e muito dificilmente comprovável para a opinião pública, originários de países fora do continente europeu. Relembro-me do caso dos romenos, do francês, do espanhol que foi apanhado para os lados da figueira da foz e de tantos criminosos europeus em que é dita explicitamente a nacionalidade. Quanto aos sul americanos já existem mais algumas reservas, mas nada que se compare ao tratamento dado aos indivíduos de etnias africanas. Claro que tentei ser o menos incisivo possível no meu comentário, pois já sabia que dificilmente passaria no filtro devido às normas impostas pela UE aos média há alguns meses atrás, que regulamentam que nestas situações devem ser usados termos do mesmo cariz para ocultar elementos que possam levar a que hajam reacções mais xenófobas numa sociedade, em que todos os esforços políticos são para uma formatação "híbrida", termo utilizado em comunicado da própria UE.

Não sei se realmente os indivíduos não são europeus, sei que me censuraram e não por violação de nenhuma norma da livre expressão. Pois se a moderação de comentários com carácter insultuoso faz sentido, para mim ela ultrapassa todas as marcas de um estado onde os cidadãos são livres, quando se começa a aplicar a opiniões de carácter ideológico que respeitam as leis democráticas.

Já tinha conhecimento de alguns casos destes nas caixas de comentários do correio da manhã, infelizmente não é caso único, e já merecia a atenção popular e algum tipo de observatório que identificasse a censura que existe em Portugal nos nossos dias. Se alguns se questionam quanto ao nosso "estado de direito" eu não tenho dúvidas nenhumas, apenas não é tão fanfarrão como outros no passado.

Por isto e para que a situação do André Coelho não se torne cada vez mais uma coisa do quotidiano de toda gente neste país, o blog do canto da cotovia vai tentar reunir situações de censura ideológica que vão aparecendo por aí.

1 comentário:

Anónimo disse...

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