sábado, maio 31, 2008

Um bicho estranho

Não sei bem das origens do tipo "dulcimer" ou dulcimero mas a música é bonita.

segunda-feira, maio 26, 2008

"Sentem-se que o leão é manso"..

"Serrasqueiro transmitiu hoje ao responsável do Lidl a preocupação governamental quanto ao racionamento do arroz, por parte do grupo alemão. "É necessário deixar uma palavra de tranquilidade, pois o mercado português está totalmente abastecido de arroz, não se justificando medidas de racionamento", acrescentou Fernando Serrasqueiro".

terça-feira, maio 20, 2008

domingo, maio 18, 2008

Aqui e aqui.

Tropa de Elite

Finalmente acabei por ver a Tropa de Elite, estava um bocado reticente devido ao preconceito que tenho destes filmes que retratam as favelas e as covas da moura, porque normalmente dão a coisa sempre da perspectiva do "thug", mas devo confessar que fiquei surpreendido pela positiva no que à componente ficcional do filme diz respeito, já que quanto ao retrato da realidade não tenho opinião por desconhecer por completo essa realidade, mas acredito que o filme não ande muito longe dela.

Gostei particular-me da ideia que é referida de que "guerra é guerra" e "missão dada é missão cumprida", que basicamente têm como objectivo libertar os militares dos complexos moralistas com que a nossa sociedade nos últimos anos lhes têm bombardeado. Deixemos as discussões para os políticos e filósofos e a guerra para os militares. Também fica implícito que a guerra é o preço da liberdade. Também retrata a classe média alta, a classe da consciência social, mas peca por não fazer distinções, querendo como que se limpar dos seus pecados, por viver abastadamente, ajudando os pobres (deviam pensar nisso é quando defendem os liberalismos e a redução dos seus impostos).

É bom ver que do outro lado do atlântico, de onde normalmente só nos chegam exemplos da forçada integração social, que serve de perniciosa desculpa se proceder a uma erradicação do bem estar das populações, desta vez chega um exemplo de épico heroísmo que pode ajudar ao renascer do imaginário guerreiro dos europeus.

sexta-feira, maio 16, 2008

O Duplo Pensar

René Magritte, 1972


O “duplo pensar”, conceito tão bem explorado por George Orwell no célebre 1984, adquiriu na nossa sociedade, contornos tão claros e óbvios como uma toranja. A toranja é um fruto cuja cor de laranja, por fora, convida-nos a comê-lo devido ao seu aspecto delicioso. No entanto, mal pomos a fruta na boca apercebe-mo-nos de que afinal é azeda e que apenas agrada a paladares mais invulgares. De facto, assim é com os discursos dos políticos que nos governam. Se as palavras são bonitas e agradáveis aos nossos ouvidos, o certo é que na maioria das vezes elas escondem armadilhas de sentido, indicando significados diametralmente diferentes, ou mesmo opostos, àqueles que inicialmente tinha-mos suposto. Certos conceitos, estão longe de serem objectivos por muito que se tente fundamentá-los, cientificamente até.

Sem querer parecer demasiado maniqueísta, a política trata, antes de mais, de relações de poder e revela sobretudo duas posições numa rede de relações sociais – a posição do dominante e a posição do dominado. Ora a visão do dominante nunca pode coincidir com a visão do dominado porque ambos se encontram em lugares distintos relativamente ao objecto em questão. O mesmo se repercute nos conceitos que circulam na nossa sociedade e na nossa cultura. De facto, cada um de nós possui uma relação distinta, pessoal e estreita, com a linguagem. Mas essa relação torna-se mais dissemelhante quando os indivíduos possuem interesses diametralmente opostos relativamente ás ideias que esses conceitos veiculam. Assim sendo, é certo que cada conceito insere em si, pelo menos duas possibilidades de leitura. E entre ambos surge todo um jogo, toda uma manipulação das palavras, de modo a convencer o outro de determinada teoria. A técnica não é nova. Reside simplesmente no domínio intelectual do interesse alheio, para lhe tentar vender um produto ou uma ideia. Mas em termos políticos esta técnica funda-se na prática demagógica da conquista das simpatias do povo, para posteriormente o conduzir a um lugar que quase sempre se tem revelado, como antagónico àquele que era o lugar prometido por uns e esperado por outros.

O duplo pensar que hoje em dia é prática corrente por políticos na nossa sociedade, consiste na realidade nesta prática demagógica de domínio intelectual dos conceitos e das palavras. Um povo culto é um povo que rouba do poder dominante uma das suas principais ferramentas de dominação e dos seus apanágios. Como então incentivar o conhecimento nas classes subjugadas sem correr o risco de daí advir contrapartidas perigosas ás classes dominantes? O conhecimento generalizado, propagandeado como objectivo fundamental dos sistemas democráticos e que é, em si mesmo, condição absolutamente necessária ao exercício pleno da democracia, revela-se-nos como a última oportunidade de uma verdadeira liberdade de escolha, porque baseada no domínio consciente das suas implicações. Por isso, não arrisco em dizer que não há verdadeira democracia sem que o povo seja igualmente culto. Melhor ainda, antes de tudo compete a um verdadeiro Governo Democrático traçar politicas que incentivem a cultura e o conhecimento, pois além do mais, é pela cultura que a sociedade pode evoluir de facto. O dulplo pensar, é em suma, uma arma que tem desde sempre sido usada contra o povo. É preciso inverter esta situação e dotá-lo da mesma ferramenta intelectual com que tem sido sempre submetido ao longo da história.

domingo, maio 04, 2008

X09.eu falhou, não se esperava o contrário

Foi removida a ligação ao site X09.eu, que pretendia promover através de uma petição conjunta em todos os países da UE um referendo para o "Tratado Constitucional", isto por o site já não se encontrar disponível. Ninguém verdadeiramente acreditava que a petição tivesse algum efeito, numa área que é tão imperiosa para o regime de Bruxelas. Seria como deitar abaixo um muro com aviões de papel, mesmo assim muitas pessoas assinaram, o que é sempre um bom indicativo de que ainda será possível alguma resistência em outras batalhas no futuro.



(Steve Beel in The Guardian, via Pelo MAR - Referendar o tratado)

Depois de vencidos de uma assentada 26 países e respectivos povos, levados pela força do imaginário que sempre caracterizou esta raça, e que numa era em que é tão desprezado, pode ser de extrema utilidade a quem o sabe ainda usar, os senhores da "Europa Unida" cavalgam agora sobre a República da Irlanda, é lá que terá lugar o derradeiro confronto. Cerca de 4 milhões, vão ter nas suas mãos o destino de quase um continente inteiro. Espero que ajuizem pelo melhor, e sobretudo que não se deixem iludir pelos esquemas que certamente já estarão a ser lançados.

quinta-feira, maio 01, 2008