sexta-feira, dezembro 19, 2008

Sobre o poder - Fradique Mendes




Fradique Mendes, ilustre personagem de sublime irreverência, criada no século XIX por Ramalho Ortigão e Eça de Queiróz, aproveita a sua vasta correspondência para tecer as mais audazes críticas a questões sociais e políticas da sociedade da sua época. É, no entanto, da maior pertinência verificar como actualmente o país, não só mantém os traços que são criticados por F.M., como, mais ainda, os desenvolveu e os agudizou. Senão, vejamos: substituamos, no seguinte texto de F.Mendes, os nomes correlativos aos grandes poderosos históricos, por nomes da realidade politica actual, e verifiquemos como hoje, muitas coisas permanecem invariavelmente iguais, à sociedade de então.


A OLIVEIRA MARTINS

Paris, Maio

Querido Amigo .--Cumpro enfim a promessa feita na sua erudita ermida das Águas Férreas, naquela manhã de Março em que conversávamos ao sol sobre o carácter dos Antigos, --e remeto, como documento, a fotografia da múmia de Rameses II (que o francês banal, continuador do grego banal, teima em chamar Sesóstris), recentemente descoberta nos sarcófagos reais de Medinet-Abou pelo professor Maspero.

Caro Oliveira Martins, não acha V. picarescamente sugestivo este facto-- Ramsés fotografado ?... Mas aí está justificada a mumificação dos cadáveres, feita pelos bons Egípcios com tanta fadiga e tanta despesa, para que os homens gozassem na sua forma terrena, segundo diz o Escriba, «as vantagens da Eternidade!» Rameses, como ele acreditava e lhe afirmavam os metafísicos de Tebas, ressurge efectivamente «com todos os seus ossos e a pele que era sua», neste ano da Graça de 1886. Ora 188ó, para um Faraó da décima-nona dinastia, mil e quatrocentos anos anterior a Cristo, representa muito decentemente a Eternidade e aVida Futura . E eis-nos agora, podendo contemplar as «próprias feições» do maior dos Ramesidas, tão realmente como Hokem seu Eunuco-Mor, ou Pentaour seu Cronista-Mor, ou aqueles que outrora em dias de triunfos corriam a juncar-lhe o caminho de flores, trazendo «os seus chinós de festa e a cútis envernizada com óleos de Segabai». Aí o tem V. agora diante de si, em fotografia, com as pálpebras baixas e sorrindo. E que me diz a essa face real? Que humilhantes reflexões não provoca ela sobre a irremediável degeneração do homem! Onde há aí hoje um, entre os que governam povos, que tenha essa soberana fronte de calmo e incomensurável orgulho; esse superior sorriso de omnipotente benevolência, duma inefável benevolência que cobre o Mundo; esse ar de imperturbada e indomável força; todo esse esplendor viril que a treva de um hipogeu, durante três mil anos, não conseguiu apagar? Eis aí verdadeiramente um Dono de homens ! Compare esse semblante augusto com o perfil sorno, oblíquo e bigodoso dum Napoleão III; com o focinho de buldogue acorrentado dum Bismarque; ou com o carão do Czar russo, um carão parado e afável que podia ser o do seu Copeiro-Mor. Que chateza, que fealdade tacanha destes rostos de poderosos!

Donde provém isto? De que a alma modela a face, como o sopro do antigo oleiro modelava o vaso fino:--e hoje, nas nossas civilizações, não há lugar para que uma alma se afirme e se produza na absoluta expansão da sua força. Outrora um simples homem, um feixe de músculos sobre um feixe de ossos, podia erguer-se e operar como um elemento da Natureza. Bastava ter o ilimitado querer--para dele tirar o ilimitado poder. Eis aí em Rameses um ser que tudo quer e tudo pode, e a quem Ftás, o Deus sagaz, diz com espanto: «a tua vontade dá a vida e a tua vontade dá a morte!» Ele impele a seu bel-prazer as raças para Norte, para Sul ou para Leste; ele altera e arrasa, como muros num campo, as fronteiras dos reinos; as cidades novas surgem das suas pegadas; para ele nascem todos os frutos da terra, e para ele se volta toda a esperança dos homens; o lugar para onde volve os seus olhos é bendito e prospera, e o lugar que não recebe essa luz benéfica jaz como «o terrão que o Nilo não beijou»os deuses dependem dele, e Amnon estremece inquieto quando, diante dos pilones do seu templo Rameses faz estalar as três cordas entrançada.s do seu látego de guerra! Eis um homen --e que seguramente pode afirmar no seu canto triunfal: --«Tudo vergou sob a minha força: eu vou e venho com as passadas largas dum leão; o rei dos deuses está à minha direita e também à minha esquerda; quando eu falo o Céu escuta; as coisas da Terra estendem-se a meus pés, para eu as colher com mão livre; e para sempre estou erguido sobre o trono do mundo!»

«O mundo», está claro, era aquela região, pela maior parte arenosa, que vai da cordilheira Líbica à Mesopotamia: e nunca houve mais petulante ênfase do que nas Panegíricas dos Escribas. Mas o homem é, ou supõe ser, inigualavelmente grande. E esta consciência da grandeza, do incircunscrito poder vem necessariamente resplandecer na fisionomia e dar essa altiva majestade, repassada de risonha serenidade, que Rameses conserva mesmo além da vida, ressequido, mumificado, recheado de betume da Judeia.

Veja V., por outro lado, as condições que cercam hoje um poderoso do tipo Bismarque. Um desgraçado desses não está acima de nada e depende de tudo. Cada impulso da sua vontade esbarra com a resistência dum obstáculo. A sua acção, no Mundo, é um perpétuo bater de crânio contra espessuras de portas bem defendidas. Toda a sorte de convenções, de tradições, de direitos, de preceitos, de interesses, de princípios, se lhe levanta a cada instante diante dos passos, como marcos sagrados. Um artigo de jornal fá-lo estacar, hesitante. A rabulice dum legista obriga-o a encolher, precipitadamente, a garra que já ia estendendo. Dez burgueses nédios e dez professores guedelhudos, votando dentro duma sala, estatelam por terra o alto andaime dos seus planos. Alguns florins dentro dum saco, tornam-se o tormento das suas noites. É-lhe tão impossível dispor dum cidadão como dum astro. Nunca pode avançar duma arrancada, erecto e seguro tem de ser ondeante e rastejante. A vigilância ambiente impõe-lhe a necessidade vil de falar baixo e aos cantos. Em vez de «recolher as coisas da terra, com mão livre»--surripia-as às migalhas, depois de escuras intrigas. As i rresis tíveis correntes de ideias, de sentimentos, de interesses, trabalham por baixo dele, em torno dele: e parecendo dirigi-las, pelo muito que braceja e ronca de alto, é na realidade por elas arrastado. Assim um omnipotente, do tipo Bismarque, vai por vezes em aparência no cimo das grandes coisas;--mas como a bóia solta, vai no cimo da torrente.

Miserável omnipotência! E o sentimento desta miséria não pode deixar de influenciar a fisionomia dos nossos poderosos, dando-lhe esse feitio contrafeito, crispado, torturado, azedado e sobretudo amolgado que se nota na cara de Napoleão, do Czar, de Bismarque, de todos os que reúnem a maior soma de poder contemporaneo--o feitio amolgado duma coisa que rola aos encontrões, batendo contra muralhas.

Em conclusão:--a múmia de Rameses II (única face autêntica do homem antigo que conhecemos) prova que, tendo-se tornado impossível uma vida humana, vivida na sua máxima liberdade e na sua máxima força, sem outros limites que os do próprio querer--resultou perder-se para sempre, no tipo físico do homem, a suma e perfeita expressão da grandeza. Já não há uma face sublime: há carantonhas mesquinhas, onde a bilis cava rugas por entre os recortes do pêlo. As únicas fisionomias nobres são as das feras, genuinos Rameses no seu deserto, que nada perderam da sua força, nem da sua liberdade. O homem moderno, esse, mesmo nas alturas sociais, é um pobre Adão achatado entre as duas páginas dum código.

Se V. acha tudo isto excessivo e fantasista, atribua-o a que jantei ontem, e conversei inevitavelmente, com o seu correligionário P., conselheiro de Estado, e muchas cosas más . Más em epanhol; e más também em português no sentido de péssimas. Esta carta é a reacção violenta da conversa conselheiral e conselheirífera. Ah, meu amigo, desditoso amigo, que faz V. depois de receber o fluxo labial dum conselheiro? Eu tomo um banho por dentro--um banho lustral, imenso banho de fantasia, onde despejo, como perfume idóneo, um frasco de Shelley ou de Musset. Amigo certo et nunc et semper .-- Fradique Mendes.

O Pensamento Único (1) - Fradique Mendes

Fradique Mendes, foi uma personagem inventada pelo grupo cenáculo (dos ilustres Ramalho Ortigão e Eça de Queiroz). Era um poeta, excêntrico, viajado, culto, sempre a par das últimas conquistas da ciência, e um irreverente, à semelhança de Baudelaire. Da sua obra faz parte uma vasta correspondência, da qual destacamos a seguinte carta, escrita ao seu alfaiate, pela maneira crítica e sagaz com que aborda a questão do Pensamento Único. Actualmente, este tema é um dos que nos são mais caros, formantando a nossa civilização e limitando a nossa liberdade de expressão. O pensamento único, é pois o resultado de um molde de sapatos, onde é obrigatório caberem todos os pés, resultando daí: todos os calos, feridas e doenças que caracterizam a nossa sociedade; e toda a perseguição política e ideológica que se faz sentir a quem ousa calçar um número ou modelo diferente de sapatos.

A E. STURMM, ALFAIATE

Lisboa, Abril.

MEU bom Sturmm.--A sua sobrecasaca é perfeitamente insensata. Ali a tenho, arejando à janela, nas costas de uma cadeira; e assenta tão bem nessas costas de pau, como assentaria nas do comandante das Guardas Municipais, nas do Patriarca, nas de um piloto da barra ou nas de um filósofo, se o houvesse nestes reinos. Quero, pois, severamente dizer que ela não possui individualidade.

Se V., bom Sturmm, fosse apenas um algibebe, embrulhando a multidão em pano Sedan para lhe tapar a nudez-- eu não faria à sua obra esta crítica tão alta e exigente. Mas V. é alemão, e de Conisberga, cidade metafísica. A sua tesoura tem parentesco com a pena de Emanuel Kant, e legitimamente me surpreende que V. não a use com a mesma sagacidade psicológica.

Não ignora V., decerto, que ao lado da filosofia da história e de outras filosofias, há ainda mais uma, importante e vasta, que se chama a filosofia do vestuário; e menos ignora, decerto, que aí se aprende, entre tanta coisa profunda, esta, de superior profundidade: que o casaco está para o homem como a palavra está para a ideia.

Ora, para que serve a palavra, Sturmm? Para tornar a ideia perceptível e transmissível nas relações humanas--como o casaco serve para tornar o homem apresentável e viável através das ocupações sociais. Mas é a palavra empregada sempre em rigorosa concordancia de valor com a ideia? Não, meu Sturmm.

Quando a ideia é chata ou trivial, alteia-se, revestindo-a de palavras gordas e aparatosas-- como todas as que se usam em política.

Quando a ideia é grosseira ou bestial, embeleza-se e poetiza-se, recobrindo-a de palavras macias, afagantes, canoras--como todas as que se usam em amor.

Por outro lado, escolhem-se palavras de uma retumbância especial para reforçar a veemência da ideia--como nos rasgos à Mirabeau--ou rebuscam-se as que pela estranheza plástica ajuntam uma sensação física à emoção intelectual-- como nos versos de Baudelaire

Temos pois que a palavra opera sobre a ideia, ou disfarçando-a ou acentuando-a. Vai-me V. seguindo, perspicaz Sturmm?

Tudo isto se aplica exactamente às conexões do casaco com o homem.

Para que talham os alfaiates ingleses certas sobrecasacas longas, rectas, rígidas, com um debrum de austeridade e ressudando virtude por todas as costuras? Para esconder a velhacaria de quem as veste. Você encontra em Londres essas sobrecasacas, nos meetings religiosos, nas sociedades promotoras da moralização dos pequenos patagónios e nos romances de Dickens. E para que talham eles esses fraques audazes bem acolchoados de ombros, quebrados e cavados de cinta, dando relevo aos quadris--sede da força amorosa? Para acentuar os corpos robustos e voluptuosos a que se colam. Você vê desses fraques aos Lovelaces, aos caçadores de dotes e a toda a legião dos entretenus.

Disfarçando-o ou acentuando-o, o casaco deve ser a expressão visível do carácter ou do tipo que, cada um, pretende representar entre os seus concidadãos.

Quem lhe encomenda pois um casaco, digno Sturmm, encomenda-lhe na realidade um prospecto. E nem precisa o alfaiate que aprofundou a sua arte, de receber a confissão do freguês. As ligeiras recomendações que escapam, inquietas e tímidas, na hora atribulada da «prova», bastam para que ele compreenda o uso social a que o cliente destina a sua farpela... Assim, se um cavalheiro de luvas pretas, com uma luneta de ouro entalada entre dois botões do colete, que move os passos com lentidão e reflexão, e, ao entrar, pousou sobre a mesa um número do Jornal do Economista, lhe diz, num tom de mansa reprovação, ao provar o casaco: «Está curto e justo de cinta--V. deve logo deduzir que ele deseja aquelas abas bem fornidas, flutuantes, que demonstram abundancia de princípios, circunspecção, amor sólido da ordem e conhecimento miúdo das pautas da Alfândega... Vai-me V. penetrando, bom Sturmm?

Ora, que lhe murmurei eu, em mau alemão, ao provar a sobrecasaca infausta? Esta fugidia indicação: «Que cinja bem!» Isto bastava para V. entender que eu desejava, através dessa veste, mostrar-me a Lisboa, onde a ia usar, sinceramente como sou--reservado, cingido comigo mesmo, frio, céptico e inacessível aos pedidos de meias libras... E, no entanto, que me manda V., Sturmm, num embrulho de papel pardo? V. manda-me a sobrecasaca que talha para toda a gente em Portugal, desgraçadamente: a sobrecasaca do conselheiro!

Digo «desgraçadamente»--porque vestindo-nos todos pelo mesmo molde, V. leva-nos todos a ter o mesmo sentir e a ter o mesmo pensar. Nada influencia mais profundamente o sentir do homem, do que a fatiota que o cobre. O mais ríspido profeta, se enverga uma casaca e ata ao pescoço um laço branco, tende logo a sentir os encantos dos decotes e da valsa; e o mais extraviado mundano, dentro de uma robe de chambre, sente apetites de serão doméstico e de carinhos ao fogão.

Maior ainda se afirma a influência do vestuário sobre o pensar. Não é possível conceber um sistema filosófico com os pés entalados em escarpins de baile, e um jaquetão de veludo preto forrado a cetim azul leva inevitavelmente a ideias conservadoras.

Você, pondo no dorso de toda a sociedade essa casaca de conselheiro, lisa, insípida, rotineira, pesabunda--está simplesmente criando um país de conselheiros!

Dentro dessa confecção banalizadora e achatante, o poeta perde a fantasia, o dândi perde a vivacidade, o militar perde a coragem, o jornalista perde a veia, o crítico perde a sagacidade, o padre perde a fé--e, perdendo cada um o relevo e a saliência própria, fica tudo reduzido a esse cepo moral que se chama o conselheiro! A sua tesoura está assim mesquinhamente aparando a originalidade do país! Você corta, em cada casaco, a mortalha de um temperamento. E se Camões ainda vivesse--e V. o vestisse--tínhamos em lugar dos Sonetos, artigos do Comércio do Porto.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

quinta-feira, dezembro 04, 2008

sexta-feira, novembro 14, 2008

Lavagens Cerebrais no Ocidente

Veja-se o seguinte vídeo, uma entrevista a um elemento do kGB, para percebermos até que ponto se fazem lavagens cerebrais ás pessoas no Ocidente e como são eficazes. Substitua-mos também, o elemento União Soviética, pelo elemento islâmico e africano, e teremos o coktail perfeito para explicar a situação que vivemos actualmente. (Fonte: http://gladio.blogspot.com/ ).

quarta-feira, novembro 05, 2008

Nasceu o menino

domingo, outubro 05, 2008

Tácticas esquerdistas de guerrilha

Contra-argumentação

Argumentação pró-activa

Cerco seguido de saque

sexta-feira, agosto 08, 2008

quinta-feira, julho 31, 2008

Lughnasadh

quarta-feira, julho 23, 2008

terça-feira, julho 22, 2008

Centenas de ultraislamicos contentes com a detenção de Karadzic

É assim que os média fazem o retrato, retrato infeliz de um povo que sofreu tantas atrocidades para defender a sua existência. Dos 25 mil mortos sérvios ninguém fala, não existem culpados nem diabos para apanhar. A guerra é antiga e o problema não é facil de perceber, infelizmente o interesse é pouco e a memoria é curta.

"Mirsad Tokaca, director do Centro de Pesquisa e Documentação de Sarajevo (IDC), entidade autora do documento, precisou aos jornalistas na capital bósnia que, dos mortos, 64.036 são muçulmanos, 24.905 sérvios, 7.788 croatas e 478 de outros grupos étnicos.

É a primeira lista feita com base científica, que corrige um número na ordem de 329.000 anteriormente avançado por comissões étnicas. Para a comunidade internacional, a cifra considerada rondava os 200.000 mortos.

As três comunidades bósnias - sérvia, croata e muçulmana - nunca se puseram de acordo sobre do número total das vítimas da guerra.

Tokaca precisou que, do conjunto dos mortos, 59,18 por cento são militares e 40,82 civis.

Dos militares, 53,8 por cento são muçulmanos, 36 por cento sérvios e 9,78 por cento croatas."

------
Ou seja em percentagem, números muito próximos. Não se justifica a diferença de tratamento.

domingo, julho 20, 2008

Antropologos que escrevem artigos de opinião como se fossem cientificos

Num país de ignorantes estas coisas escorregam que nem ginjas. Um referido cientista pode dar-se ao luxo de vir para um média expor as suas opiniões pessoais sob a capa dos seus títulos académicos, sem ter de as fundamentar minimamente. Pois que fundamento poderá ter dizer que uma casa num bairro social tem menos qualidade do que uma que não se insira neste tipo de urbanização mas que tem o mesmo tipo de construção, como é a generalidade dos prédios dos subúrbios. Além do mais como é que se "dilui" 1 família entre 20, sendo que a uma tem tendência para aumentar e as vinte para decrescer. É com remendos, é isso que a ciência dos povos diz? E num conflito entre duas etnias distintas o factor étnico é totalmente descartável? Muitas perguntas com muitas respostas, mas pelos vistos nenhuma delas verdadeiramente cientifica.


"Explosão social latente?
Bairros Sociais serão apenas alfobres de gente feia, porca e má ou territórios esquecidos pelo Estado que cedeu ao betão e ao experimentalismo social?"

sábado, junho 28, 2008

Tanto que se disse do Não irlandês.

Muito se disse que o não do referendo irlandês nada tinha a ver com as questões de politica externa, verdade ou não, era curioso saber os motivos do sim para uma campanha destas. Claro que os senhores que dizem essas coisas não olham para o seu umbigo.

Capitulo 2: Os transgénicos são a solução.

Os agricultores europeus, no entanto, não estão convencidos. Em Lomazzo, não muito longe do local da conferência da Comissão Europeia, pequenos campos de milho entremeiam as casas, numa área onde a urbanização compete fortemente com a ruralidade, e é ali que a família Guerra mantém uma propriedade de 50 hectares, onde 200 vacas produzem 2400 litros de leite por dia, vendidos sem qualquer tratamento - apenas filtrado e refrigerado - para distribuidores locais.
Nem as vacas comem alimentos transgénicos, nem o milho ali plantado é geneticamente modificado. "Enquanto não estiver provado que é cem por cento seguro, é melhor evitá-lo", afirma Massimo Guerra, responsável pela propriedade.


Pois, alguns agricultores são demasiado retrogrados para perceber onde é que está o futuro. Querem agora plantar milho normal, isso é coisa de velhotes e de gente antiga, onde é que já se viu andar a plantar coisas sem marca. Pois bem se a crise alimentar, é agora tida como certa, já se começam a pensar nas soluções e os transgénicos como já era de esperar vão surgir à cabeça nos investimentos da UE. Quem sabe se um agricultor para receber subsídios da comunidade não tem de se predispor a plantar milho transgénico. Eles criaram o problema, agora arranjam a solução, um truque muito velho.

E claro, os motivos desta coisa dos transgénicos estão ainda bem escondidos no fundo do baú.

domingo, junho 15, 2008

Tanta merda por causa do tabaco e afinal.

Os cientistas afirmam-se de acordo no princípio de que se, por um lado, não está formalmente provado que o telemóvel é nocivo, por outro lado existe um risco de que ele favoreça o surgimento de cancro em caso de exposição a longo prazo.

Ah pois é, qualquer pessoa com bom senso tem ideia de que andar com uma bateria de radiação colada à cabeça não deve ser muito bom para a saúde, mas isto vai ser muito complicado, porque os viciados do telemóvel são muito mais dependentes do que os viciados do cigarro.

sexta-feira, junho 13, 2008

Na minha janela a bandeira que ondula é a que tem as cores da Irlanda.

Não, não decidi abandonar a nação ou pátria que me deu berço, apenas seguindo a moda que por aí anda de colocar bandeiras à janela, decidi que esse uso excessivo de um símbolo nacional deveria ter um motivo importante. Pois isto é o mais importante que está a acontecer neste momento, é a história a ser feita, e cada um pode fazer parte dela, mais importante, preservar para o futuro aquilo que nos foi legado pelos nossos antepassados, mais do que uma pátria ou nação, a liberdade.

100% dos referendos são contra a constituição que anula as soberanias nacionais dos países que integram a UE.

A Irlanda ainda é verde (no mapa aqui acima devia ser fluorescente, pois irradia com a luz de homens livres que sabem quem são), UE é diferente de Europa, e isto hoje ficou visto com um não esmagador (100% dos referendos ao tratado constitucional da UE), que coloca a soberania de 27 países sob o domínio de uma organização sem rosto, que não é feita de países, mas de interesses infiltrados nesses países.

O povo mostrou que não é burro, toda a propaganda feita para erradicar do mapa as identidades nacionais europeias nos últimos anos não conseguiram apagar da alma das gentes a consciência, de que devem a sua liberdade ao chão que pisam, e que a única forma de o conseguirem é manter bem junto de si a soberania sobre esse. Os engodos lançados incessantemente, os fantasmas, os medos de não se sabe de quem, pois se a UE, por um lado, diz que precisa de ser forte para proteger a Europa, por outro, diz que a Europa não é nada, e que a Europa é de todo o lado. Pois bem, se querem uma constituição comecem a fazer por isso, comecem a proteger a Europa como deve de ser, protegendo e promovendo tão incessantemente as suas identidades, como agora fazem com as dos alheios.

quarta-feira, junho 11, 2008

Até o Fernando Pessoa dá voltas no tumulo.

Parece que uns hip-hopers se lembraram de pegar no Fernando Pessoa para fazerem umas músicas, acho bem, o Fernando Pessoa também era grande apreciador do género.

domingo, junho 08, 2008

Ok, sou comunista a atirar para o anarca e agora?

Estes testes de enquadramento politico são uma "viagem" demasiado louca para mim.

quarta-feira, junho 04, 2008

O Lápis Azul agora é outro

De quem claro? UE. E porquê? Devido às criancinhas claro, pelo menos foi assim que saiu na comunicação social britânica. A cotovia pode muito bem deixar de poder pôr estes vídeos músicais amadores, e ter de por coisas do género de Britney Spears e Tokio Hotel, ou pior, a banda sonora dos morangos com açúcar.

THE Government is seeking to prevent an EU directive that could extend broadcasting regulations to the internet, hitting popular video-sharing websites such as YouTube.

The European Commission proposal would require websites and mobile phone services that feature video images to conform to standards laid down in Brussels.

Ministers fear that the directive would hit not only successful sites such as YouTube but also amateur “video bloggers” who post material on their own sites. Personal websites would have to be licensed as a “television-like service”.

Viviane Reding, the Media Commissioner, argues that the purpose is simply to set minimum standards on areas such as advertising, hate speech and the protection of children.

Afinal a banda sonora dos morangos com açucar também podemos porque é amador.

sábado, maio 31, 2008

Um bicho estranho

Não sei bem das origens do tipo "dulcimer" ou dulcimero mas a música é bonita.

segunda-feira, maio 26, 2008

"Sentem-se que o leão é manso"..

"Serrasqueiro transmitiu hoje ao responsável do Lidl a preocupação governamental quanto ao racionamento do arroz, por parte do grupo alemão. "É necessário deixar uma palavra de tranquilidade, pois o mercado português está totalmente abastecido de arroz, não se justificando medidas de racionamento", acrescentou Fernando Serrasqueiro".

terça-feira, maio 20, 2008

domingo, maio 18, 2008

Aqui e aqui.

Tropa de Elite

Finalmente acabei por ver a Tropa de Elite, estava um bocado reticente devido ao preconceito que tenho destes filmes que retratam as favelas e as covas da moura, porque normalmente dão a coisa sempre da perspectiva do "thug", mas devo confessar que fiquei surpreendido pela positiva no que à componente ficcional do filme diz respeito, já que quanto ao retrato da realidade não tenho opinião por desconhecer por completo essa realidade, mas acredito que o filme não ande muito longe dela.

Gostei particular-me da ideia que é referida de que "guerra é guerra" e "missão dada é missão cumprida", que basicamente têm como objectivo libertar os militares dos complexos moralistas com que a nossa sociedade nos últimos anos lhes têm bombardeado. Deixemos as discussões para os políticos e filósofos e a guerra para os militares. Também fica implícito que a guerra é o preço da liberdade. Também retrata a classe média alta, a classe da consciência social, mas peca por não fazer distinções, querendo como que se limpar dos seus pecados, por viver abastadamente, ajudando os pobres (deviam pensar nisso é quando defendem os liberalismos e a redução dos seus impostos).

É bom ver que do outro lado do atlântico, de onde normalmente só nos chegam exemplos da forçada integração social, que serve de perniciosa desculpa se proceder a uma erradicação do bem estar das populações, desta vez chega um exemplo de épico heroísmo que pode ajudar ao renascer do imaginário guerreiro dos europeus.

sexta-feira, maio 16, 2008

O Duplo Pensar

René Magritte, 1972


O “duplo pensar”, conceito tão bem explorado por George Orwell no célebre 1984, adquiriu na nossa sociedade, contornos tão claros e óbvios como uma toranja. A toranja é um fruto cuja cor de laranja, por fora, convida-nos a comê-lo devido ao seu aspecto delicioso. No entanto, mal pomos a fruta na boca apercebe-mo-nos de que afinal é azeda e que apenas agrada a paladares mais invulgares. De facto, assim é com os discursos dos políticos que nos governam. Se as palavras são bonitas e agradáveis aos nossos ouvidos, o certo é que na maioria das vezes elas escondem armadilhas de sentido, indicando significados diametralmente diferentes, ou mesmo opostos, àqueles que inicialmente tinha-mos suposto. Certos conceitos, estão longe de serem objectivos por muito que se tente fundamentá-los, cientificamente até.

Sem querer parecer demasiado maniqueísta, a política trata, antes de mais, de relações de poder e revela sobretudo duas posições numa rede de relações sociais – a posição do dominante e a posição do dominado. Ora a visão do dominante nunca pode coincidir com a visão do dominado porque ambos se encontram em lugares distintos relativamente ao objecto em questão. O mesmo se repercute nos conceitos que circulam na nossa sociedade e na nossa cultura. De facto, cada um de nós possui uma relação distinta, pessoal e estreita, com a linguagem. Mas essa relação torna-se mais dissemelhante quando os indivíduos possuem interesses diametralmente opostos relativamente ás ideias que esses conceitos veiculam. Assim sendo, é certo que cada conceito insere em si, pelo menos duas possibilidades de leitura. E entre ambos surge todo um jogo, toda uma manipulação das palavras, de modo a convencer o outro de determinada teoria. A técnica não é nova. Reside simplesmente no domínio intelectual do interesse alheio, para lhe tentar vender um produto ou uma ideia. Mas em termos políticos esta técnica funda-se na prática demagógica da conquista das simpatias do povo, para posteriormente o conduzir a um lugar que quase sempre se tem revelado, como antagónico àquele que era o lugar prometido por uns e esperado por outros.

O duplo pensar que hoje em dia é prática corrente por políticos na nossa sociedade, consiste na realidade nesta prática demagógica de domínio intelectual dos conceitos e das palavras. Um povo culto é um povo que rouba do poder dominante uma das suas principais ferramentas de dominação e dos seus apanágios. Como então incentivar o conhecimento nas classes subjugadas sem correr o risco de daí advir contrapartidas perigosas ás classes dominantes? O conhecimento generalizado, propagandeado como objectivo fundamental dos sistemas democráticos e que é, em si mesmo, condição absolutamente necessária ao exercício pleno da democracia, revela-se-nos como a última oportunidade de uma verdadeira liberdade de escolha, porque baseada no domínio consciente das suas implicações. Por isso, não arrisco em dizer que não há verdadeira democracia sem que o povo seja igualmente culto. Melhor ainda, antes de tudo compete a um verdadeiro Governo Democrático traçar politicas que incentivem a cultura e o conhecimento, pois além do mais, é pela cultura que a sociedade pode evoluir de facto. O dulplo pensar, é em suma, uma arma que tem desde sempre sido usada contra o povo. É preciso inverter esta situação e dotá-lo da mesma ferramenta intelectual com que tem sido sempre submetido ao longo da história.

domingo, maio 04, 2008

X09.eu falhou, não se esperava o contrário

Foi removida a ligação ao site X09.eu, que pretendia promover através de uma petição conjunta em todos os países da UE um referendo para o "Tratado Constitucional", isto por o site já não se encontrar disponível. Ninguém verdadeiramente acreditava que a petição tivesse algum efeito, numa área que é tão imperiosa para o regime de Bruxelas. Seria como deitar abaixo um muro com aviões de papel, mesmo assim muitas pessoas assinaram, o que é sempre um bom indicativo de que ainda será possível alguma resistência em outras batalhas no futuro.



(Steve Beel in The Guardian, via Pelo MAR - Referendar o tratado)

Depois de vencidos de uma assentada 26 países e respectivos povos, levados pela força do imaginário que sempre caracterizou esta raça, e que numa era em que é tão desprezado, pode ser de extrema utilidade a quem o sabe ainda usar, os senhores da "Europa Unida" cavalgam agora sobre a República da Irlanda, é lá que terá lugar o derradeiro confronto. Cerca de 4 milhões, vão ter nas suas mãos o destino de quase um continente inteiro. Espero que ajuizem pelo melhor, e sobretudo que não se deixem iludir pelos esquemas que certamente já estarão a ser lançados.

quinta-feira, maio 01, 2008


sábado, abril 26, 2008

Cavaco impressionado com ignorância política dos jovens

Então vamos lá ver como é que se mede a ignorância politica dos jovens, é que vai na volta, o Cavaco esteve à conversa com esses jovens para saber o que pensam sobre Portugal, ou então, quais são ou deixam de ser as suas ideias sobre os destinos do mundo.

"De acordo com o estudo, 48,5% dos jovens entre os 15 e os 17 anos não acertaram no número de Estados da UE (entre os 18 e os 29 a percentagem sobe para os 52,1%). No caso do primeiro presidente eleito em democracia, e ainda entre os mais novos, 21,6% falham a resposta, enquanto 68,7% respondem que não sabe. E é também o desconhecimento (53,2%) que vence na pergunta sobre o PS."

Parece que ainda não há milionários.

As perguntas da próxima semana são:
- Qual é a massa atómica do cobalto.
- Em que ano é que foi disputada a primeira volta a Portugal em bicicleta.
- Qual é a amplitude térmica no Alasca no fim do mês de Agosto.

Continue a usar a sua cabeça para guardar lixo que faz bem e o Senhor Presidente da República aconselha.

sexta-feira, abril 25, 2008

Alberto João O Revolucionário

Ainda existem boas histórias no nosso mundo, o que não há é ninguém que as saiba contar.

quarta-feira, abril 23, 2008

Estarão os anos 80 a voltar?

quarta-feira, abril 16, 2008

Manifesto anti-moral e sinteticamente (faria se fosse por extenso).

Manifesto anti-moral e sinteticamente (faria se fosse por extenso)

Por Inês Mariz que nem poeta é, quanto mais Tudo.




A moral é uma chatice.

A moral é uma obrigação.

A moral faz-nos caminhar pelo caminho

Que escolhemos como sendo aquele

Que queremos ou que achamos correcto,

Mesmo quando não temos coragem

De assumi-lo.


Morte à moral. Morte: PUM!


A moral é uma piroseira.

A moral usa pontos de exclamação!

A moral enfeita-se de sentimentos nobres

Numa época em que a nobreza

Já passou de moda.

A moral é um espelho

Que nos retrata tão fielmente

Que em vez da imagem catita

Que cumprimenta a vizinha do lado

(que por acaso tem uma filha bem bonita

e o marido é director de uma empresa de serviços

no Chiado)

E que paga a prestação do carro a tempo e horas

Como um cão fiel a lamber as botas do dono,

Eis que surge no espelho

Por virtude dessa puta da moral,

O nosso verdadeiro rosto:

Uma tenra e alva maçã light

Carcomida pelo bicho.

Sendo que o bicho só pode ser a moral

Porque nós ‘sermos’ corajosos e grandes

E politicamente correctos,

E ‘usarmos’ sapatos de salto alto.


Bicho? Mata-se a peçonha, mata-se já: PUM!


A moral é uma coisa tão ‘cota’

Que até dá consciência.

Sem moral até parece que somos livres…

A moral é uma prisão!

A moral agrilhoa-nos ao dever

De sermos superiores aos outros bichos,

repteis, e insectos rastejantes.


Abaixo a moral, abaixo!


Abaixo assinado,

A moral abaixo dos nossos pés.

Que ela nunca mais se levante,

Nem se sinta senhora do seu nariz,

E em vez de orgulho, sinta vergonha.

E nós cá de cima, a brilhar,

no nosso trono de lantejoulas baratas

com um prato na frente de carneiro com batatas, se fosse no século dezanove,

mas como é agora, serve feijoada na ponte.


Abaixo a moral, abaixo! – PUM!


A moral cheira mal dos pés

de tanto insistir em caminhar descalça.

A moral já nem dinheiro tem para comprar

Um par de sapatos.

Ela bem que podia ser rica.

Mas a desgraçada tem a arrogância

De se dar a ares de desprezo

Ao Sr. João mestre da grande loja,

Dos sapatos, claro está.


Fora com a moral. Fora. Uhhhhhhh


Por ser velha como a velha

Que cosia meias - Que coisa fora de uso! -

A moral tem macaquinhos no sótão,

E pulga atrás da orelha

E desconfia sempre

Da boa fé das pessoas.


Vivemos num tempo,

Em que tudo está tão invertido,

Que até a moral que antigamente era conservadora,

Tornou-se revolucionária.

A moral é um perigo.


Morra a moral morra. Pum!


(Do original, "Manifesto anti-dantas" que Almada de Negreiros escreveu. Inês parodiou).

sábado, abril 12, 2008

JRR Tolkien, The Hobbit

The Hobbit, Trailer

terça-feira, abril 08, 2008

"O Velho e o mar"

Aqui fica uma animação de "O velho e o mar", de Ernest Hemingway, por Aleksandr Petrov.



sábado, março 29, 2008

"No que concerne às explicações que estão na base desta situação de desemprego em massa e desemprego de longa duração que afectam a União Europeia de um modo geral, o economista João Ferreira do Amaral (Instituto Superior de Economia e Gestão, Lisboa) apresentou cinco causas: a insuficiência de procura de bens e serviços, a globalização e consequentes deslocalizações empresariais, as facilidades de aquisição de empresas e consequentes cortes maciços de pessoal, o progresso técnico e a obsolescência da qualificação, muitas vezes em consequência dos avanços tecnológicos."

Geração E

Parece uma coisa bonita, mas depois de ler o artigo acho que não leva mesmo mais do que um E.

"São poliglotas, multiculturais, viajam como nunca, trabalham onde calha [...]" (e quando calha)
"Os jovens adultos estão a reinventar a identidade europeia. Para os que contam menos de 35 anos, as fronteiras, as relações, os estudos e a carreira têm agora a dimensão de um continente. Discreta mas aceleradamente, nasceu uma nova geração na velha Europa."

Tão discreta que até parece um daqueles projectos soviéticos da guerra fria.

O artigo do Global Noticias continua assim:

"Esta esplanada está cheia de gente. Sobressaem duas raparigas dinamarquesas, que conversam animadamente com uma francesa. Depois repara-se, na mesa ao lado, uma grega e um alemão estão a trocar piropos anglófonos. Uma checa combina encontro com amigos portugueses para essa noite, do outro lado da rua. E dentro do Webcafé, uns metros acima, uma sueca e outro alemão comunicam com amigos via messenger, cada um na sua língua."

Até aqui tudo bem.

"O cenário é a rua do Diário de Notícias, no lisboeta Bairro Alto, num fim de tarde tarde de Junho. Mas bem podia ser o Soho, em Londres, as Ramblas, em Barcelona, Prenzlauer Berg, em Berlim, ou Andrejsala, em Riga."

Ena! Tudo igual, isso é uma maravilha.

"Há muitas torres de Babel na Europa. O velho continente está a rejuvenescer (Ahahah!). Nos últimos anos, as cidades europeias encheram-se de uma multidão internacional, jovem e cosmopolita, que fala várias línguas (É verdade, mas pelo que vejo não são línguas europeias. Crioulo e português brasileiro talvez.) e está curiosa com o que as demais culturas podem oferecer. Viajam, trabalham ou estudam fora, projectam-se no quotidiano dos países onde vivem, recusam ser catalogados de turistas ou emigrantes."

Ninguém gosta muito, ser imigrante (ou emigrante) não é uma coisa muito "chique".

São os novos europeus, que comunicam cada vez mais entre si, ouvem as mesmas músicas (e ouvem as mesmas músicas que os americanos, e que africanos, e que os indianos, etc.), vêem os mesmo filmes (idem) e ambicionam propósitos semelhantes."

Claro, mas quem é que não quer ter um carro, uma casa e uma carreira. Não é preciso andar no Erasmus para isso. Além de que isto, dos jovens por serem europeístas, querem experimentar e viver novas experiências é uma falácia. Todos os jovens enquanto são jovens querem isso. O problema vai ser quando deixarem de ser jovens, e já não apetecer-lhes andar por aí de mala às costas. Mas também se resolve, a UE é capaz de providenciar a juventude eterna se for preciso para levar a cabo os seus intentos.

"'Queremos novas experiências, abertura de espírito e muita mobilidade'", assegura num português irrepreensível Simona Holejsovska, checa 29 anos, a viver há quatro em Portugal. O anseio é transversal, estende-se da Península Ibérica aos Cárpatos. Há uma geração em movimento."

Faz-me lembrar aquela geração dos anos 60 que também andavam em movimento à volta de Lisboa, só que estes não gostam de ser vistos como fracassados. Curiosamente a maior parte das pessoas que conheço que foram para o estrangeiro é porque não arranjaram trabalho cá. Talvez daí o desprezo pelas culturas nacionais dos respectivos países, como se pode ver a seguir.

"Sinto-me mais europeia do que francesa", diz Julie Perrinot, 25 anos. Nasceu em Paris, estudou em Espanha, trabalha em Lisboa. A sua opinião ainda não é a dominante, mas está a impor-se no seio da União. Grosso modo, os cidadãos da UE privilegiam a sua identidade nacional, mas segundo uma sondagem da revista norte-americana Time, publicada em 2001 antes dos ataques de 11 de Setembro, quase um terço dos alemãos, franceses, britânicos e italianos com idades entre os 21 e os 35 anos concordam com Julie. Em Itália, esta taxa ultrapassava na altura os 40%.

"A Europa acumula um máximo de diversidade num mínimo de espaço, não podemos esperar que os valores nacionais se apaguem de um momento para o outro", diz Jan Figel comissário europeu para a Educação, Formação, Cultura e Juventude. "No entanto, a tendência na geração mais jovem é que a identidade europeia seja um complemento ao patriotismo."

Nem mais, porque é que a UE anda a gastar dinheiro a por estes jovens a circular? Ou melhor a girar. Claro está, para erradicar esse cancro que são as identidades nacionais. Gostava de saber, pergunto eu inocentemente, porque querem construir uma identidade europeia, para nos proteger de ameaças externas? Aquelas mesmas que também andam a ser financiadas pela UE para se fundirem com a identidade europeia? Claro que não, deve ser outra coisa. Dizem os malucos que não é deste planeta o inimigo da UE.
Mas já agora o que é a IDENTIDADE EUROPEIA para o Sr. Jan Figal?

"Aqui há holandeses, espanhóis, ingleses, portugueses, italianos, até um cipriota. Europeus. (não percebi esta frase. Europeus ponto?, de certeza que não tinha a ver com os turcos cipriotas, é que duvido que este artigo venha dizer que os turcos não são europeus.) Bebem copos e dançam ao som de DJ's que todos reconhecem, venham de ondem vierem. Usam ténis All Star (Uau!, ;) são de marca), calças largas para eles, apertadas para elas, t-shirts surfistas ou camisolas com frases em inglês. Dois tipos comentam um concerto de uma banda sueca na Alemanha - e são irlandeses. (Deviam estar a discutir a nobreza baritonal do vocalista). Uma rapariga eslovena pede uma amêndoa amarga ao balcão."

Ainda bem que tenho uma identidade nacional, assim não fico triste porque não ter uns ténis All Star ou por não saber pedir uma amêndoa amarga em esloveno.

Diz o senhor Stefan Wolff de uma universidade qualquer em Inglaterra, que muito bem podia ser no Porto ou em Milão.

"Pela primeira vez na história, estamos a semear um futuro verdadeiramente continental". Ou seja para bem ou para mal, a UE anda a manipular a identidade dos povos europeus.

"Acredito que, nos próximos dez anos, emergirá desta geração um novo tipo de líder político, com uma ideia de plena socialização na Europa e uma visão global das reformas." Será um tipo de Lili Caneças politico-europeizada. O novo líder europeu, que nem gosta muito de politica, prefere andar a beber uns copos e contar anedotas em inglês no bairro alto, pode não ter muito jeito para a coisa, mas ao menos estará em grande estilo com os seus ténis All Star. Esperemos que não sejam tão nefastos como estes.

Um jovem E diz uma frase bonita: "Trabalhar numa equipa com pessoas de várias origens ensina-nos a ser eficientes e competitivos. Além de ser uma experiencia pessoal extremamente rica, porque nos coloca uma série de desafios pessoais. Isso também é um traço dos jovens europeus: gostam de aventura, precisam de se experimentar."

Ora isto é bonito mas não quer dizer nada. Ao menos que tivesse avançado alguns casos concretos.

Em suma, não são maus rapazes, mas isto da geração E parece-me uma coisa muito oca. Não dou mais do que um E. Mais preocupante é sim o interesse e a urgência da UE em acabar com as verdadeiras identidades europeias.

Quem é que disse?

"Houve uma autêntica lavagem do cérebro dos portugueses, uma campanha maciça terrível que levou os portugueses a acreditar..."

Distribuição do Islamismo

Alguém quer marcar no mapa os conflitos?

Fitna

Não são só atentados terroristas como a "boa" comunicação social do costume quer fazer entender, as execuções perpetradas por estados islâmicos, onde vigora a lei deste maldito livro, e que são estados reconhecidos internacionalmente e que não podem ser considerados terroristas, também fazem parte do cardápio.

As culturas desses povos já foram completamente arrasadas pelos mandamentos deste livro, e agora, continuando as pretensões expansionistas do Islão, a Europa é o hospedeiro que se segue, e conta com a ajuda de muita boa gente que está mortinha por vender a Europa a troco das suas frustrações pessoais.

O filme se falha é só mesmo em não conseguir evitar estes "esquivanços" desta gentinha-do-meio-conto.

Originalmente publicado no liveleaks.com. O administradores do espaço tiveram de remover o filme por terem sido ameaçados. Não se sabe por quem, ou pelo menos eu, tenho dúvidas se foram islâmicos "fanáticos" ou multiculturalistas fanáticos.

Um dia triste para a Europa certamente, brevemente numa vila perto de si.

segunda-feira, março 17, 2008

O ser humano, os lobisomens e a morte das sociedades híbridas.

Parece que existe entre os humanos a impossibilidade de se reproduzirem sexualmente com outras espécies. Esta realidade que tem pautado a existência humana ao longo de toda a sua existência através de um certo bom senso consensual, parece actualmente estar prestes a ser posta em causa, senão mesmo totalmente abandonada, devido aos avanços da engenharia genética e à capacidade de produção em laboratório de seres híbridos resultantes do cruzamento de espécies naturalmente divergentes. A partir daqui e dependendo das vontades políticas que nos governam, poderemos tentar adivinhar o que será o futuro.

Contudo, não é tanto esse futuro quase circense de uma galeria de horrores que aqui nos interessa. Interessa-nos mais as histórias de lobisomens que povoaram o imaginário popular português nomeadamente do interior do país ate meados do século XX.

A questão aqui importante a saber é que tipos de função preenchiam essas crenças nos lobisomens. Os mitos dos lobisomens tal como todos os mitos em geral parece, além de tudo, preencher um espaço de reflexão. O que eles nos dizem é que determinados indivíduos se transformam em lobos durante determinadas alturas do mês, e que nessas alturas são particularmente perigosos para as pessoas e para a comunidade em geral. Daí resulta uma série de proibições implícitas resultantes do perigo que a comunidade e os indivíduos enfrentam (particularmente as mulheres), como seja a de saírem de casa depois do anoitecer pelo perigo de serem atacados por um desses seres monstruosos.

Ora que reflexões nos podem induzir estes mitos dos lobisomens? Primeiro e antes de mais, a situação da ambiguidade e marginalidade do ser humano que não é totalmente humano. Ou seja a ambiguidade do monstro de Frankenstein. Um humano feito com pedaços de muitos outros humanos. Que melhor metáfora podemos ter para o problema?

Todas as ambiguidades são objecto de reflexão mitológica. O texto mítico como que expressa uma reflexão profunda e colectiva, comunitária, sobre cada essas ambiguidades. E o caso do mito do lobisomem parece tratar-se de uma reflexão sobre as posições taxionómicas da espécie humana e das outras não-humanas, bem como sobre o espaço conceptual que cada uma delas ocupa de acordo com a ordem natural das coisas, ou seja, de acordo com o princípio de não cruzamento entre a espécie humana e as outras, representadas aqui pelo lobo. A ambiguidade aqui mantida pelo lobisomem, aquele que não é humano nem é lobo mantendo-se parte do primeiro e parte do segundo, é ela própria a essência da reflexão, sendo o mito o responsável pelo aviso do perigo eminente de tal ambiguidade, e pelo aconselhamento aos comportamentos correctos em vista à manutenção da ordem no cosmos.

Ora, as classificações onde os homens distribuem as coisas e os seres, são imensas, e prendem-se sempre com a questão da organização do seu universo numa tentativa de mantê-lo em ordem face aos caos ameaçador da estabilidade e da segurança.

O homem do campo sabe distinguir uma flor amarela de uma alface pela simples observação directa. Não precisa que um cientista lhe diga que são espécies diferentes. Ele sabe-o bem, pelo conhecimento da experiência que adquiriu ao longo da vida e daquilo que lhe foi transmitido pelos seus antepassados. Do mesmo modo o homem primitivo aprendeu a manter-se unido face às ameaças externas das tribos vizinhas. Ele aprendeu a preservar a sua identidade, as suas formas de ser, de estar e de fazer, tal qual os seus antepassados o tinham sido, feito e dito, porque disso dependia a preservação do grupo e a sua sobrevivência. Claro que haviam alianças, mas não com tribos diametralmente opostas, mas apenas entre tribos vizinhas. As alianças eram aliás uma forma da manutenção da paz e de defesa do território. As alianças feitas entre grupos através da troca de mulheres, estruturavam-se segundo uma rede de proximidade/distância conceptual que vai do mais familiar ao mais longínquo e onde a aliança se estabelece preferencialmente com o mais próximo, e evita-se com o longínquo. Trata-se de uma rede hierárquica de preferências para estabelecer a paz (aliança) ou a guerra, que é estabelecida pelo grau de maior ou menor proximidade conceptual em relação a outrem. Ora, mais uma vez aqui a questão da recusa e resolução da ambiguidade (reflexa no mito dos lobisomens de que falámos anteriormente, a respeito da taxionomia animal onde os humanos não se cruzam com outras espécies diferentes), é importante para salvaguardar a identidade dos grupos na medida em que não admite alianças com grupos conceptualmente distantes, preferindo-as com os grupos adjacentes mesmo a nível territorial. Criar alianças com o conceptualmente distante é inserir o “Outro”, o estranho, o bizarro, o perigoso, no seio da própria comunidade. Esta questão parece-me ser da maior importância, pois é a resolução e recusa da ambiguidade pela comunidade através do mito, e muitas vezes encenada no próprio rito, que catapulta o grupo a manter-se coeso permitindo-lhe a sobrevivência a todo o tipo de erosão da história ou mesmo corrosão, seja ela resultante de que tipo de ameaça for.

Estas ideias têm, como é óbvio, consequências no pensamento político. Agir contrariamente, a elas é agir contra a própria natureza humana testada e afirmada ao longo de séculos e séculos de história. Neste momento que urge pensar e agir à velocidade das máquinas, as ameaças são muitas. Talvez tenhamos no futuro de nos debatermos com toda uma sociedade híbrida. Hoje, de humanos híbridos tal como nos conhecemos ainda; mas, quem sabe, amanhã também uma sociedade de novos “lobisomens” gerados em laboratório pela engenharia genética, ou talvez ainda de seres, até agora apenas ficcionados pela ficção científica, que oscilam entre o homem-biológico e um homem-máquina. No fim de contas parece que a palavra de ordem, a tónica deste discurso político actual, é essa hibridez sempre aceite e sempre bem vinda por parte do poder instituído. Esta hibridez que não é mais do que a ambiguidade recusada e resolvida pelos mitos dos nossos ancestrais ao longo de toda a nossa história. O fim das fronteiras entre o “Eu” e o “Outro” conduz à morte tanto de um como de outro. A hibridez é o verdadeiro rosto da morte. Uma morte onde o que era já morreu, e onde se procura levantar uma nova identidade à escala global. Mas uma identidade global donde ninguém realmente se sente parte, por pura e simplesmente não existir uma cultura identitária mundial. Mais ainda, tal cultura global nunca poderá existir, por não haver alteridade no espaço cósmico aos seres do planeta Terra. A não ser que sejamos invadidos por extra terrestres. Só nesse caso poderia haver uma cultura e uma identidade à escala planetária. Parece-me pelo contrário que a evolução da identidade dos grupos, não vai ser tendencialmente para se alargar territorialmente, mas pelo contrário para se localizar em pequenos grupos territoriais mesmo que à partida o elo de união entre os seus membros não seja territorial. À medida que o discurso globalista integrador e provocador de ambiguidades híbridas for ganhando terreno, pequenas implosões identitárias dar-se-ão por toda a parte como forma dos indivíduos combaterem o isolamento e a solidão a que o deserto da pseudo-cultura global os remete. E dessas implosões locais criadoras de pequenos grupos de identidade, novas alianças se estabelecerão dando origem a grupos localizados maiores e melhor organizados. Não vivemos na Era do cidadão do mundo. Vivemos na Era da multiplicação dos grupos e da recusa do indiferentismo a que a globalização pretende remeter os indivíduos. Separado desses grupos, o indivíduo isolado não consegue sobreviver. Ficará no meio do fogo cerrado que acontecerá à sua volta sem que ninguém o proteja. A nova ordem já começou. A maior parte das guerras do futuro serão estas que as novas identidades traçam. Serão guerras de guetos contra guetos. E pouco mais restará da antiga divisão político-administrativa do território real do que guetos.

Resta-nos lutar desde já para que o antigo saber dos nossos antepassados regresse a nós e não se perca; para que esses mitos e lendas que pautavam a sua vida, voltem para nos ensinar aquilo que já os nossos avós aprendiam com eles – que a sobrevivência do nosso grupo depende inexoravelmente da nossa vontade de permanecermos unidos e coesos num só território, numa só língua, numa só voz.

domingo, março 16, 2008

Entrevista - Choque de ignorâncias

Fala uma das ignorâncias a respeito da outra, isto já lá em 2006, mas podia muito bem ser hoje.

Quando apareceu esta moda do esclarecimento que ilumina apenas alguns pensei que se tratava apenas disso mesmo, de uma moda, mas com o passar do tempo, algumas coisas saltam à vista. Como se vê nesta entrevista, trata-se de um estratagema ardiloso para fundamentar um hipotético conhecimento de causa do qual a maioria é desconhecedora, ora sendo mais de um quinto da população mundial muçulmana, é muito difícil que a maior parte das pessoas nunca tenham tido contactos directos com o islão, tal como é difícil encontrar gente que nunca se tenha cruzado com um chinês. Isto sem considerar o facto de que o islão é muito, ou foi até agora, mais expansivo do que este povo do oriente.
Esta moda começou por uma elite intelectualizada, mas logo se pegou aos papagaios que gostam de ficar bem, basta ler um indice sobre qualquer coisa na Wikipédia, decorar os termos técnicos, e logo se está habilitado pela santa ordem da luz do esclarecimento eterno e omnisapiente a chamar os outros de ignorantes, mesmo que não se saiba mais nada do que três termos dos quais se desconhece o conceito em profundidade. Há uns anos gozava-se com quem usava óculos para parecer mais inteligente, com a massificação das lentes de contacto isso desapareceu, mas outras modas como esta vieram ocupar o seu lugar.

Uma citação da entrevista.

"– Por que se ofenderam assim os muçulmanos?

– A caricatura do profeta Maomé que foi feita de uma maneira moderna porque naquele tempo não havia bombas. De facto, apesar de Maomé ter sido um guerreiro, não tem nada a ver com a situação presente, num momento em que tem havido ataques em particular dos Estados Unidos e de Israel a alguns países muçulmanos. Naturalmente que houve uma reacção excessiva em relação a um jornal cujo objectivo não era certamente ofender muçulmanos. Há de facto em tudo isto uma reacção também política."

Muita astucia na argumentação de trazer por casa que cala a boca a quem é esclarecido, mas no caso de um ignorante, pode provocar uma resposta do tipo: "Em que é que isso responde à pergunta?" Lembra-me o caso daquele agricultor alentejano nas alturas do PREC, que apesar de lhe explicarem os fundamentos do comunismo, não conseguia perceber como é que ia sachar as batatas se a enxada tinha de ficar nas instalações da cooperativa.

E outra

"
Alcácer Quibir os cristãos foram bem tratados quando ficaram prisioneiros."

Mais uma vez com a parcialidade se enganam "esclarecidos", então D. Afonso Henriques também não tratou bem os muçulmanos ao conquistar Lisboa, que dizer dos escravos europeus levados por muçulmanos durante as invasões. Os cristãos eram maus pois eram, mas os muçulmanos não são melhores.

Ora mas este senhor estudou tanto, é difícil não saber estas coisas.

Tudo isto devido à exposição da Gulbenkian: Mil anos de Esplendor do Islão na Gulbenkian, ena a Gulbenkian é mesmo velha :D, é que deve ter sido o único sitio onde se viu esse "esplendor".

Ora depois de tanto texto sobre papel bonito e caligrafias arabescas antigas, modernas, perdidas, enfim nada de interesse, papel carcomido, não se falou da mulher no islão, da liberdade, essas sim coisas esplendorosas. Quanto à exposição não a vou ver, quem for que diga de sua justiça.

terça-feira, março 11, 2008

Cuidado com os esquimós.

O Ártico aparece como a principal fonte de potencial conflito directo para os europeus.

Depois da política energética e das medidas adoptadas para diminuir as emissões de gases com efeito de estufa, as implicações das alterações climáticas chegam à segurança e ao pensamento geoestratégico da União Europeia (UE). Pressões migratórias, desestabilização de regiões com interesse estratégico para a União e conflitos em torno de recursos, nomeadamente com a Rússia, são alguns dos riscos identificados.

Afinal são os russos...
A UE parece que já quer preparar a desculpa no caso de haver guerra na Europa. Claro que no relatório o Islão não aparece como ameaça.

Entre as ameaças identificadas pontificam as deslocações de populações das zonas mais afectadas. O relatório remete para as previsões da ONU, segundo as quais em 2020 haverá "milhões de migrantes 'ambientais'" e salienta que a Europa "deve esperar um aumento substancial da pressão migratória".

Uipi! Mesmo a calhar. Pelo menos a imigração é fácil de justificar. Andam os europeus a ir para lá apanhar sol, e eles a virem para cá para fugir dele.

De resto, as regiões mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas têm todas elas algum tipo de interesse estratégico para os 27, nomeadamente em termos de aprovisionamento energético.

E eu a pensar que eles se preocupavam mesmo com os pobres.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

O cristianismo, a psicologia e o etnomasoquismo europeu

No século XIX e inícios do século XX o anticlericalismo encontrou a sua expressão máxima nas diversas manifestações populares e intelectuais que tomaram parte na Europa essencialmente contra a igreja católica. A separação dos poderes entre a Igreja e o Estado foi disso mesmo um exemplo que não deixa dúvidas acerca das intenções de laicização da sociedade que os novos poderes pretendiam instituir. Se antes o eixo da vida se centrava na fé num deus, durante este processo de descrença religiosa do homem ocidental as atenções viraram-se concomitantemente para uma ciência marcada pelo positivismo científico e para a esperança num sistema económico liberal. A primeira, prometia a cura de todos os males e um homem totalmente saudável num mundo onde a ciência e a tecnologia simbolizavam o próprio progresso civilizacional; A segunda professava o direito natural que todos os indivíduos possuem de conquistar riqueza material. Assim sendo, a fé mudou de eixo paradigmático, deixando de se centrar no além para se fixar na melhoria das condições da própria vida terrena. Esta mudança de mentalidade acompanhou os diversos domínios da sociedade e a ida ao confessionário religioso, foi progressivamente substituída pela ida ao‘confessionário laico’. Na verdade as competências do psicólogo moderno roçam as do antigo padre católico. Deste modo não se pode ver neste processo uma verdadeira dicotomia, mas mais uma continuidade que, apesar de impulsionada pela nova mentalidade laica, vai beber o seu verdadeiro fundamento aos costumes antigos, possuindo ainda muito das velhas estruturas de pensamento que fundam a nossa Era e que chegaram quase intactas até aos nossos dias. Senão vejamos a semelhança entre a moral cristã e a psicologia contemporânea: apesar de todo este positivismo científico que quase toca as franjas do método experimental, o ‘psicológico’ assumiu nos tempos que correm, em cada um de nós, uma espécie de categoria mágico-religiosa com poderes inimagináveis capazes de transpor todo o tipo de barreiras, sejam elas de ordem social (como a falta de emprego que se ultrapassa através de uma atitude “pró-activa”); sejam elas de ordem da saúde individual e física como por exemplo as doenças genéticas ou os próprios vírus. É a “força” psicológica que o indivíduo possui que supostamente pode combater os problemas que lhe surgem ou mesmo impedi-lo de ser assolado por eles. Esta forma de pensamento assemelha-se em tudo à crença nos milagres concedidos pelas entidades beatificadas da cristandade, como sejam os santos ou pelo próprio Cristo. Só que o milagre já não se centra no exterior do indivíduo mas concentra-se no seu interior, consumindo-o de desejo por essa capacidade absoluta de domínio sobre si e controle da sua própria vida. E contudo, esta auto-afirmação do sujeito psicológico com poderes superiores que o tornam uma espécie de entidade transcendente à sociedade e às dificuldades da vida inerente a ela, será o último resquício de poder que o sujeito assume face às ameaças exteriores depois de ter sido desapropriado de toda a autonomia no mundo. Um último grito ilusório de auto-afirmação; uma prova dada de que ainda respira e é dono de si próprio.

Não será verdade que, o cristianismo aconselha o homem a dar a outra face ao seu inimigo, e que simultaneamente é recorrente a psicologia contemporânea procurar a todo o custo a adaptação do indivíduo ao meio? Ora quando o sujeito se adapta a um meio que lhe é hostil que se poderá dizer senão que essa forma de comportamento exige submissão? O mesmo género de submissão que o cristianismo exige aos seus crentes. Uma submissão que será igualmente do mesmo tipo daquela que um povo oprimido tem pelo seu líder déspota em troca de favores de protecção. Uma submissão que esconde a verdadeira natureza do homem ocidental e que o amordaça nas teias da cobardia. Uma submissão estrutural que o contamina desde há séculos e que na realidade em nada lhe pertence. Porque na verdade o cristianismo é-nos alógeno e não é conhecido que os povos pré cristãos na Europa fossem submissos. Eram povos guerreiros que conquistavam todos os dias, o seu direito aos territórios que ocupavam. A história pré-cristã europeia é uma história acompanhada por lendas de heróis e de Deuses guerreiros e não de mártires submissos e cobardes.

O medo sempre existiu. Mas sempre existiu também a sua contraposição, a coragem. A corrupção da coragem foi a consequência mais arrasante e destruidora que esta estrutura mental própria do cristianismo nos impôs dia após dia, ano após ano, século após século. Ela é o facto mais aterrorizador que alguma vez assolou uma civilização. Porque ela impede a mudança que se sonha dentro de nós e subjuga-nos a uma vida que não é nossa; tolhe-nos os sonhos e transforma-os em pesadelos; retira-nos todas as armas com que fomos dotados pelos nossos antepassados; transforma-nos em seres rastejantes dentro da nossa própria consciência; deixa-nos à mercê do inimigo; e faz-nos ver a sua imagem quando nos vemos ao espelho. O pecado e o medo do demónio existem para nos controlar e manter-nos dentro das marcas de submissão que um deus alógeno inventou para facilitar a execução dos seus planos em se tornar um deus único e universal. Um deus que não admite a ideia de existirem outros deuses diferentes de si. Um deus que se quer impor juntamente com o seu mundo globalizado e globalizante onde todos os povos serão um só produto híbrido genético e cultural. Nada lhe escapa – o indivíduo, a sociedade, o mundo. E nos dias que correm é ele o responsável por um etno-masoquismo europeu que instalou a culpa pelo nosso passado. Não se contentando em assassinar os nossos deuses autênticos; não se contentando em destruir os nossos heróis; ainda exige que nos envergonhemos deles, como se eles não tivessem sido aqueles que inspiraram os nossos antepassados nas lutas que combateram para se manterem vivos e nos deixarem o legado que foi o seu território, a sua história e o seu sangue, geração após geração até desembocar em nós, e só por isso estarmos aqui; e só por isso sermos nós; e só por isso estarmos vivos.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Jamais! Jamais!

All or nothing

It is a deliberate strategy. Seeing that most equipment might have to be imported and that manufacturers in Germany and Denmark were overwhelmed, the government set about creating a home-grown renewables industry.

To Portuguese politicians, this seemed a dream formula: cure the climate, cut out imports and create jobs. It was all or nothing.


Andamos a ser governados por mongos que só conseguem ver no máximo até 4 anos de distancia. Quantos malucos já vinham a dizer há mais de 10 anos estas coisas. Quantos não dizem hoje coisas de loucos, que daqui a 10 anos vão ser tidas como inovadoras pelos fracos da vista. Outras só daqui a 100, algumas nunca? Esperamos que não.

Quando a maioria é medíocre, os génios passam por retardados.


Capitulo 1: A Batata

O aumento da procura alimentar na China e Índia, o aumento do consumo de carne, a aposta de vários países em biocombustíveis (que integram na sua produção cereais) e as más colheitas em 2007 são alguns do factores que têm contribuído para o encarecimento dos bens alimentares a nível mundial. Recentemente, a FAO (Organização Alimentar e de Agricultura) avisou que dificilmente esta tendência inflaccionista irá abrandar nos próximos tempos.

Como é teoria da conspiração não vou citar fontes, que é para ficarem na dúvida.

Claro que aos mais inteligentes estas justificações fazem todas sentido, os mais ignorantes vão ficar com dúvidas. Porque é que num mundo que nunca teve tanta gente para trabalhar, e onde nunca se trabalhou tanto (não falo do pessoal que anda a ler blogs na net) existe falta de comida? Já para não falar de que já não existem guerras feias como aquela segunda não é? Ora se um estado não está em guerra porque é que as pessoas passam fome? Das duas uma, ou se está em guerra e se passa fome por isso, que foi o que aconteceu na altura do Estado Novo, ou então temos escravos famintos. Claro está, porque é que quando os lucros aumentam nas empresas os ordenado não sobem? Porque haviam os lideres do mundo livre, e do mundo escravo, dar de comer aos pobres, se os pobres mesmo de barriga vazia continuam a trabalhar.

Próximo Capitulo: Os transgénicos são a solução. Não perca porque nós também não.

Sudão vai expulsar organizações dinamarquesas do país

O presidente do Sudão, Omar el-Beshir, anunciou hoje que vai expulsar organizações dinamarquesas e boicotar produtos deste país, além de censurar as entidades dinamarquesas, em retaliação pela publicação de caricaturas do profeta Maomé na Dinamarca.

(Epá, também o que é que os dinamarqueses andam a fazer no Sudão.)

Entre as organizações dinamarquesas presentes no Sudão estão o Conselho Dinamarquês para os Refugiados e a Cruz Vermelha Dinamarquesa, que actuam principalmente na região do Darfur.

----

Quanto a boicotar, o Sudão não deve ser grande importador de coisa nenhuma, a não ser de dinheiros comunitários.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

A Opera vai salvar o Mundo!


A Opera mas não é esta, é aquela que decidiu apoiar o Obama. É que desde essa altura que muita gente aparece a falar de política aí pelas esquinas. Esperemos que não se fiquem por aqui.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Portugal vai reconhecer Kosovo "na altura própria"

Os analistas dizem que será algures entre o momento em que o PM baixar as calças e o momento em que as voltar a subir.

Ah seus terroristas EUROPEUS!!!

[...]estragos causados de manhã por SATSIMERTXE SOPURG de sérvios do Kosovo[...]

Grupos extremistas malandros! Fazem estragos por qualquer coisa, como se roubar uma região fosse coisa para tanto alarido e violência. Uns verdadeiros bárbaros. Coitados dos albaneses, ainda vão deixar de receber o subsidio social da Sérvia e ainda têm de aturar estas coisas. O que vale é que a UE sabe ajudar quem precisa.

domingo, fevereiro 17, 2008

"Gondor independente e livre"


Eis que quando o feiticeiro branco cofiava a sua longa barba, desprovido de fé nos deuses do ocidente, apenas com a lucidez da sua razão e muita esperança nos Homens novos, que como imaturos jovens ainda lutavam pelas suas causas e pela sua sobrevivência, viu o olho de Sauron apagar-se por entre as trevas de Mordor.

A noite era de festa em Gondor, todos os cidadãos desdobravam-se em preparativos para dar a boa nova. Até meio do dia seguinte todos tinham que ser informados, os faróis da cidade branca passariam a ser o símbolo de uma terra média livre, sem fronteiras. Os últimos bastiões do outrora domínio do senhor negro, mantidos por diversas espécies de criaturas degeneradas pela sua ignorância, recusaram-se a aceitar a derrota, resistindo cegamente e tentando a todo o custo travar a nova era que se avizinhava. Não constituiam problema, mesmo os mais remotos, facilmente cederiam ao inevitável avanço do exercito novo, tão imenso que os seus estandartes seriam visíveis de todos os cantos do mundo. Era apenas uma questão de tempo. Os cavaleiros negros da marca, resistindo furiosamente, tão ágeis no braço como no insulto ainda provocavam algum estrago, mas muitos de entre eles também estariam dispostos a aderir à nova ordem levados pela visão da nova era.

O feiticeiro branco cofiava a sua longa barba reflectindo sobre a forma perfeita como tinham corrido os seus planos, e não podiam ter corrido de outra forma, depois de mortos todos os que podiam de alguma forma por em causa a defesa da cidade branca, e tendo o inimigo sido corroido nos seus alicerces pelos espiões que ele enviou, não era preciso fazer mais nada a não ser esperar. Esperar que quando provocado o senhor negro enviasse as suas tropas, as poucas que conseguisse reunir, para se esmagarem contra a fortaleza que ele tinha preparado. Mas nem isso, os orcs vazios na sua graça tinham sido fáceis de comprar, a vergonha que tinham pelo que eram, era o combustível invisível que ele precisava para incendiar Mordor.

Nessa noite nenhum Gandalf apareceu. Há muito tempo que ele já se tinha visto livre de todos os outros feiticeiros. Agora ele, Saruman, depois de ter destruído o último dos senhores da 3ª Era, podia finalmente deixar de ser Saruman O branco para passar a ser O de todas as cores.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

La la la human steps

Para ver e apreciar daquilo que de bom ainda se faz no Ocidente.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

O Cheiro nauseabundo em Lisboa afinal era proveniente de um frasquinho ...

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1316978

Leia-se a notícia acima sobre o cheiro nauseabundo que ontem invadiu as ruas de Lisboa, nomeadamente, e segundo o jornal da sic noticias da meia noite, as zonas de: Entrecampos, Campo Grande, Saldanha e Praça de Espanha, tendo alguns prédios sido evacuados. Os peritos chegaram à conclusão de que afinal o cheiro era proveniente de um frasco quebrado junto à faculdade de farmácia.
Ora se isto não é passar um atestado de estupidez ao povinho não sei o que será. Mas quem é que acredita que de um simples frasquinho poderá vir um cheiro capaz de se fazer sentir numa área tão grande como a descrita pela comunicação social???Que não queiram divulgar o verdadeiro motivo de tão nauseabundo cheiro por uma zona tão extensa é uma coisa, mas que gozem com o povinho à força toda é outra. Isto realmente já cheira mal... muito mal mesmo, que isto o povinho é sempre o corno da festa que como se costuma dizer: é sempre o último a saber.